sexta-feira, 20 de novembro de 2009

R.I.P - Rock in Peace.














1970 deve ter sido um ano desastroso. O Brasil é campeão mundial de futebol, em plena ditadura militar (o que significa que não foi um bom negócio a vitória em si, mas a derrota traria, literalmente, conseqüências mais desagradáveis).

Em março do mesmo ano, os países assinam um tratado de não proliferação de armas nucleares. Sim, na época, Coréia do Norte, Paquistão e CIA já existiam. E não assinaram. Há quem se diga surpreso com a guerrilha e o caos militar que encontramos no mundo hoje. Pobres coitados. A metralhadora é mais velha que a libertação de escravos no Haiti (e olha que estes sim, foram revolucionários).

Em setembro a TV Excelsior encerra suas atividades, o Papa sofre um atentado e os Beatles acabam.
Ninguém podia imaginar que a humanidade resistiria.
Um ano antes, músicos renomados da época se reúnem em uma pequena cidade do estado de Nova York para celebrar a paz, o amor, a música e alguma esperança em um caminho em que estes símbolos perdurem.
Meio milhão de pessoas se aglomeram, sem comida, banheiro, segurança ou bombeiros para celebrarem juntas. Woodstock torna-se um momento histórico, e nos dá coragem de seguir em frente, mesmo diante da desgraceira que se sucedeu.

Entretanto, poucos meses depois, Jimi Hendrix é encontrado morto. Um mês depois, a Janis Joplin. Um ano depois, o Jim Morrison.
E depois dizem que a humanidade não dá pistas de que a vida na Terra está ficando cada vez mais difícil.

(PÔ, e não é que 10 anos depois, em plena crise da década de 80, me morrem o Bon Scott, o Vinicius, o Cartola e o John Lennon!!!!!!).
Por isso eu vou ver o AC/DC. Quando a coisa toda acabar, eu quero ter a lembrança viva, dentro de mim, de um tempo que não voltará mais. Pois acredito que ninguém fará o esforço de conservar, ou manter na história, o que pode unir e juntar, transformar e mudar.

O sertão é dentro da gente mesmo.